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Cresce apoio de jovens alemães à ultradireita, diz pesquisa

23 de abril de 2024

Preferência entre jovens de 14 a 29 anos pelo partido de ultradireita AfD subiu de 9% em 2022 para 22% neste ano. Legendas que integram a coalizão do governo federal perderam espaço na mesma faixa etária.

Uma mulher jovem em primeiro plano, com uma bandeira da AfD ao fundo
Pesquisa constatou que os jovens estão mais insatisfeitos com sua situação social e econômicaFoto: Christophe Gateau/dpa/picture alliance

Os jovens alemães estão hoje mais propensos a apoiar o partido de ultradireita Alternativa para a Alemanha (AfD) do que nos dois últimos anos, segundo uma pesquisa divulgada nesta terça-feira (23/04).

Os autores do estudo Youth in Germany 2024 (Juventude na Alemanha 2024) afirmaram que os jovens com menos de 30 anos estão cada vez mais insatisfeitos com sua situação social e econômica, e que os temores sobre sua prosperidade futura têm feito eles se inclinarem à direita.

O tema mais emblemático da AfD é o discurso anti-imigração, e os dados mostraram que a migração está entre as principais preocupações dos jovens.

O que os números mostraram?

Cerca de 22% dos 2.000 jovens com idade entre 14 e 29 anos que responderam à pesquisa disseram que votariam na AfD se pudessem votar em eleições parlamentares neste momento.

Esse percentual é mais do que o dobro do registrado há dois anos. Em 2022, apenas 9% dos jovens disseram que votariam na AfD, e em 2023, 12%.

A pesquisa mostrou ainda que 18% dos jovens votariam no Partido Verde, nove pontos percentuais a menos do que os 27% de 2022.

No mesmo período, o apoio nessa faixa etária ao Partido Liberal Democrático (FDP) caiu de 19% para 8%, enquanto ao Partido Social Democrata (SPD), de centro-esquerda, de 14% para 12%.

Por outro lado, o apoio aos conservadores da União Democrata Cristã (CDU) e da União Social Cristã (CSU) subiu de 16% para 20%, enquanto a nova aliança de esquerda comandada por Sahra Wagenknecht obteve 5%.

Com o que os jovens estão preocupados?

A pesquisa foi realizada em janeiro e fevereiro e constatou que os jovens estavam mais insatisfeitos com sua situação social e econômica, em comparação com os anos anteriores.

Após os efeitos da pandemia, os autores disseram que as preocupações econômicas e políticas, por exemplo devido à inflação, aos altos aluguéis, às guerras na Ucrânia e no Oriente Médio ou à divisão da sociedade, assumiram o centro das atenções.

A preocupação com as mudanças climáticas diminuiu, segundo o estudo, mas os temores cresceram quando se trata de questões como inflação, economia e pobreza na velhice.

Os jovens estavam especialmente preocupados com a inflação (65%), moradias caras (54%), pobreza na velhice (48%), a divisão da sociedade (49%) e o aumento dos fluxos de migrantes e refugiados (41%).

"Podemos falar de uma clara mudança à direita na população jovem", disse o autor Klaus Hurrelmann. "Enquanto os partidos do governo [de coalizão] continuam a cair em popularidade, a AfD é particularmente popular." O atual governo federal alemão é governado por uma coalizão entre o SPD, os Verdes e o FDP.

Uma organização que reúne a militância jovem da AfD, a Junge Alternative, foi recentemente classificada pelo serviço de inteligência interna da Alemanha como extremista de direita.

bl (dpa, epd)

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